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Lançadeira

O projeto Lançadeira tem como objetivo apoiar e assessorar  grupos culturais de artesãos e artesãs do Vale do Jequitinhonha e de outras regiões.

Durante a assessoria, a Tingui trabalha no fortalecimento dessas associações como um todo: na consolidação das atividades (canto, dança, artesanato etc.), no fortalecimento do ser humano, no melhoramento dos processos internos, no apoio para desenvolvimento de uma coleção de produtos,  na comunicação etc.

 

Abaixo, conheça a Associação de Artesãos Arca, sediada em Chapada do Norte, com a qual trabalhamos.

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A Arca

A ARCA é uma associação que reune, hoje, cerca de 16 artesãs e artesãos das comunidades quilombolas de Gravatá, Faceira, e Poções, localizadas no município de Chapada do Norte.

 

Utilizando técnicas de trançados em couro e palha de milho, o artesanato honra a tradição de produção de peças para casa, como móveis e utilitários: bancos, cadeiras e baús, além de cestos.  Novos formatos, como  bolsas, porta-jóias e cachepots, chegaram mais tarde, atendendo a necessidade por peças cujo envio/transporte fosse mais fácil.

 

Os tons terrosos da palha do milho são obtidos pelo tingimento natural, com o uso de cascas das  árvores nativas como o Jatobá, Tingui, Aroeira, Angico e Moreira.

 

Alinhados à expressão cultural local (Chapada do Norte é sede da mais importante festa de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos de Minas Gerais, reconhecida como patrimônio cultural imaterial pelo IEPHA, além das Folias de Reis e do Congado),  os artesãos produzem ainda  instrumentos musicais - tambores e as caixas de folia - talhados em troncos das árvores como Tamboril, Pau sangue, Açoita Cavalo e Pau Terra.  

 

Entre os artesãos da Associação, alguns chegaram a ganhar destaque nacional, como o Mestre Zé do Ponto, falecido em 2020, além de Aneli Pereira, João Gualberto, Paulo Toffoletti e José Neto.

 

Em 2020, a Associação ARCA procurou a Tingui  para que pudessem colaborativamente  fazer um diagnóstico e traçar um plano de ações para um novo ciclo de crescimento da ARCA, permitindo maior visibilidade do trabalho,  aumento das vendas e a ampliação do número de artesãos. Como resultado, além de geração de renda, buscamos contribuir com o ser humano por trás de cada artesã e artesão, permitindo que reconheçam a força, a beleza e a potência individual e coletiva.

Esse projeto é apoiado pelo: 

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Foto: Erika Rianni

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Contexto

A grande distância do Vale do Jequitinhonha dos centros urbanos vem contribuindo para a preservação de sua rica e vasta cultura popular.  Por outro lado, a distância dificulta ou até mesmo inviabiliza a geração de renda a partir da comercialização do artesanato.

 

As feiras de artesanato foram durante muitos anos o principal ponto de venda para os artesãos do Vale do Jequitinhonha.  Até a chegada do COVID, a ARCA participava em média de 7 feiras de artesanato por ano, em todo o Brasil. Mas, em função da pandemia, as feiras deixaram de ser uma alternativa de venda.

A produção artesanal da ARCA é uma das alternativas de geração de renda para as comunidades quilombolas de Chapada do Norte, município com um dos IDHs mais baixos de toda a região (0,598) . É ainda um importante mecanismo de perpetuação da cultural local através  do fazer manual que reúne inúmeros saberes transmitidos de geração em geração.  

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Foto: Erika Rianni

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Nosso trabalho

  • Fortalecimento do ser humano por trás de cada artesã e artesão, permitindo que reconheçam a força, a beleza e a potência individual e coletiva e fortalecendo a vivência da cultura local.

  • O projeto tem como foco trabalhar a comunicação da Arca, gerando maior visibilidade e tendo como consequência o aumento das vendas pelas redes sociais. 

  • Desde maio de 2021, iniciamos um ciclo de oficinas de comunicação digital com jovens das comunidades e da cidade de Chapada do Norte. O resultado já pode ser visto nas redes sociais da associação: Instagram e Facebook.

  • Os produtos dos artesãos foram fotografados profissionalmente.

  • No intuito de ampliar o número de artesãos,  estamos  realizando um ciclo de oficinas de trançado da palha do milho em 4 comunidades agrícolas produtoras de milho. São elas: as comunidades quilombolas São João Piteiras e Amorim e nos distritos Granjas, Vargem do Setúbal.

  • No intuito de aumentar o acesso à palha de milho, criamos pontos de coleta da matéria prima  em diversas comunidades em que a Tingui atua.
     

  • Ligado ao projeto Sementes-Vivas, as famílias agricultoras da Arca estão re-plantando sementes crioulas de diferentes espécies de milho, que já não existiam mais localmente, visando ainda o aumento da matéria prima - incluindo a palha naturalmente colorida.

  • A designer Ana Vaz foi contratada para uma consultoria aos artesãos para o desenvolvimento de novas peças que facilitem a comercialização e a logística online, buscando sempre afirmar cada vez mais a conexão dos artesãos com a própria história.

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Fotos ao lado e abaixo:

Erika Rianni

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