Projeto
Brota Flor
(Intercâmbio da Saúde)
Brota Flor é um projeto inovador que visa proporcionar saúde física, mental, emocional e espiritual à população de comunidades rurais através de atendimentos médico e terapêutico e da convivência em alegria.
Idealizado pela Diretora de Programas da Tingui, Viviane Fortes, a iniciativa se deu a partir da identificação do alto índice de tentativas de suicídio de jovens e mulheres de comunidades rurais, entre outras questões psicossociais.
Os atendimentos se iniciaram em 2017, na cidade de Diamantina, e só foram possíveis graças ao apoio do então Prefeito e do Secretário de Saúde de Jenipapo de Minas, Carlos José de Jesus Sena e Weslei Viana, assim como dos terapeutas Alice Ribeiro, Renato Fleury e arquiteta Vanessa Riani da Teia Escola de Cura e todos os demais parceiros.
Concebido inicialmente para atender as Mulheres do Jequitinhonha, o projeto cresceu e hoje atende também moradoras de diversas comunidades de quatro municípios: Jenipapo de Minas, Francisco Badaró, Chapada do Norte e Diamantina.
Entre 2017 e 2020, os atendimentos aconteciam presencialmente, na cidade de Diamantina. Desde o início da pandemia do COVID-19, os atendimentos passaram a ocorrer online. A cada 20 dias, são atendidas entre 15 e 20 pessoas, que passam por até 4 especialidades por semana.
Abordagem Holística
Em seu contato com mulheres de comunidades rurais do Vale do Jequitinhonha, Viviane Fortes percebeu a grande incidência de problemas psiquiátricos e psicológicos, muitas vezes oriundos da violência e do abuso doméstico.
Observou ainda que muitas dessas mulheres se encontravam em tratamento psiquiátrico, mas que os resultados eram quase sempre insatisfatórios. Percebeu então a necessidade de se criar um programa que propiciasse um ambiente acolhedor, com profissionais sensíveis à realidade dessas mulheres, envolvendo uma gama de especialidades médicas e terapêuticas.
O Projeto Brota-Flor traz assim uma abordagem inovadora ao aliar as especialidades médicas às terapias integrativas, buscando a valorização humana a partir de uma abordagem holística que ofereça alívio para o corpo, a mente e a alma.
O resultados impressionam. Cada paciente é atendida pelo projeto por cerca de 1 ano. Ao receber alta, quando já se encontram fortalecidas, a grande maioria já não necessita mais dos remédios (antidepressivos, ansiolíticos etc.) Em paralelo, elas recebem atendimento médico e odontológico para o tratamento de problemas pontuais: visão, saúde bucal, doenças específicas etc.
Foto: Cristina Queirós
Foto: Cristina Queirós
Especialidades
Médicas
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Clínica-geral
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Fisioterapia
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Psicologia
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Psiquiatria
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Odontologia
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Oftalmologia
Foto: Cristina Queirós
Terapias Integrativas
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Acupuntura
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Auriculoterapia
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Astrologia
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Barras de Access
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Biomagnetismo
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Constelação Familiar
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Homeopatia
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Massagens (para gestantes e idosos, Shiatsu, Calatonia, Massoterapia e outras)
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Reiki
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Thetahealing
Foto: Cristina Queirós
Depoimentos de pacientes
Para ler mais depoimentos, baixe o relatório do programa.
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Durante um tempo, me vi desistindo de tudo. As tarefas simples do dia a dia passaram a ser difíceis. Estava sem ânimo, sem paciência e desacreditando de mim mesma. Passei a usar remédios para ficar mais calma. Mas eles não me tiravam o fardo pesado que era viver a vida, muitos pensamentos negativos, tristeza, agonia, insônia etc.
Mas eu ressurgi das cinzas e venho me curando. Venho me conectando com a essência do meu Eu. Sou grata ao criador e a todos os seres radiantes que fazem parte desse processo de transformação, me auxiliando com doçura , zelo, cuidado e amorosidade.
Não é um simples atendimento, é um atendimento humano, distribuição de amor a quem precisa. Participar do Projeto Brota Flor me fez enxergar o ser valioso que sou e perceber novamente a alegria que é viver - viver de verdade, não somente estar aqui.
Nalva de Jesus Sousa Martins Jenipapo de Minas
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Foto: Érika Rianni
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Participo do Projeto Brota Flor. Me sinto bem e tive um retorno muito bom, em todos os tratamentos que faço lá. Pra mim o programa veio como uma benção pois, através dele, estou tratando da depressão.
Além disso, há 8 anos eu vinha sofrendo de dor no útero, os médicos pediam exame eu fazia e não dava um cisto no ovário. Já tinha tomado vários remédios e nunca melhorava. Foi quando comecei participar do Projeto Brota-Flor e tive uma consulta com um Ginecologista e com o Clínico Geral. Fiz mais uma tomografia e deu a mesma coisa. Ai ele disse que seria bom fazer uma cirurgia. Assim que terminou a cirurgia , ele mandou uma mensagem falando que não era apenas um cisto, era um tumor raro (teratoma). Através do programa pude ficar livre de tantas dores! Continuo participando e sou uma nova pessoa estou curada!! Vida nova! Viva o Projeto Brota-Flor!!
Maria do Carmo Guimarães Comunidade do Curtume
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Depoimentos de médicos e terapeutas
Para ler mais depoimentos, baixe o relatório do programa.
Foto: Cristina Queirós
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“No início do projeto havia grande demanda para a psiquiatria pois é comum em nossa sociedade buscar nos medicamentos uma forma rápida para o alívio para diversos incômodos. Com o passar do tempo e a consolidação do projeto, constatamos que as conversas, as trocas de experiências, o apoio e o respeito ao sofrimento do outro, através das diversas terapias e atividades, eram suficientes para melhora das pessoas e a procura pela psiquiatria foi diminuindo gradualmente.
A psiquiatria ainda é importante no acompanhamento de alguns casos, mas esse atendimento médico muitas vezes é realizado satisfatoriamente pelas equipes de saúde do município e referências dos municípios vizinhos. Desse modo, atualmente tenho tido alguns atendimentos pontuais, colaborado com a discussão de casos e estratégias do projeto.
Aponto como um dos muitos méritos do Intercâmbio da Saúde a retirada do foco na doença e de muitas das queixas que eram até então abordadas como sintomas médicos e que não encontravam um alívio.
Outra grande virtude é valorizar as competências e riquezas da
população, seu trabalho, a sabedoria oral e cultural transmitida a várias gerações e como isso tudo é relevante na melhora da saúde das pessoas e da comunidade. Tudo isso demonstra como a saúde é ampla e depende de uma integração entre as formas tradicionais e conhecidas de atendimento e o olhar às singularidades de cada população, na busca de comunicação, união, respeito, valorização das qualidades de todos.”
Guilherme Nogueira
Psiquiatra e Professor de Saúde Mental da Faculdade de Medicina de Diamantina (FAMED) e da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)